quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Vida de Cachorro



Eu passei alguns anos fora do Brasil, e quando voltei fiz algo que sonhava desde pequeno e fui atrás de alguns bichos de estimação. Como eu sou mais de cachorro e a patroa é de gato, concordamos que poderíamos ter os dois, pois segundo as pesquisas que fizemos, é possível a convivência harmoniosa entre eles. Até hoje eles estão separados, até pelas funções que desempenham, mas o estudo para o adestramento deles que me chamou a atenção em muitos detalhes.
O primeiro foi a mudança de nomenclatura de nós, seres humanos, que possuem os tais peludos. Antigamente, éramos chamados de donos, o que dava a impressão de que éramos os proprietários deles. Agora, mais de acordo, somos chamados de tutores, o que passa a idéia de que nosso papel é o de ser responsável pela sua guarda, um protetor e guia.
Esta troca, do meu ponto de vista, foi fenomenal. Ela traz para o nosso psicológico o fato de que não estamos lidando com algum ser desprovido de emoções ou inteligência. Claro que eles não são capazes de montar um foguete e ir para outro planeta, ou se relacionar de maneira mais abstrata com alguém, mas mesmo tendo restrições em suas capacidades, as possuem. E entender que existem, em outros seres, as mesmas características que temos, mas em menor grau, também gera uma transformação em nossa maneira de ver o Universo.
O primeiro impacto que vemos é na maneira de tratarmos os animais em geral, onde estamos, aos poucos, deixando de lado a doutrina de ensinar pela dor, e passando a ensinar pelo amor. Está se espalhando a idéia de que não precisamos punir os peludos para que nos entendam, e que são capazes de compreender mais e melhor o que queremos passar quando não os amedrontamos. Biscoitos e petiscos tem tomado o lugar de paus, chicotes e pedras.
Claro que, em alguns locais, ainda se praticam as barbáries de séculos atrás. Apesar de estarmos vivendo na Revolução da Informação, ainda existem inúmeros lugares onde o acesso é mais restrito, quando não da informação propriamente dita, de sua interpretação e compreensão. Explico melhor: o acesso à notícia tem se tornado cada vez mais fácil, mas sua absorção por parte da população, por vezes, demora a acontecer.
Em regiões onde o hábito do estudo e da mudança de pensamento não são praticados com frequência, ainda observamos crimes acontecendo contra estes seres. Gandhi já dizia que podemos ver o quão grande é um povo pela maneira como ele trata seus animais, e o mesmo pode ser dito de cada indivíduo em particular. Inúmeras são as citações de pensadores que nos lembram de tratar os mais necessitados com dignidade e compaixão, mas que caem em ouvidos surdos por pré-conceitos e estagnação.
Estes indivíduos são aqueles que, ao observarem uma notícia de ser humano sendo atacado por um animal, culpam o bicho, e não a pessoa. Incapazes de relacionar o adestramento violento com uma fera acuada, acabam dando vozes de mais punições violentas, e até a eutanásia como soluções. Assumem que o peludo é violento, normalmente apontando a raça como confirmação de suas desconfianças, ignorando sua própria cisma. Falham em pesquisar sobre o tratamento que ele teve, achando normal o encarceramento, a falta de higiene, comida, água e demais fatores que deixam qualquer um estressado.
Aqui mesmo tivemos um problema com os cães no passado, quando eles começaram a brigar entre si, nos deixando preocupados sobre seu relacionamento. Em nossa cabeça, por eles terem um espaço grande para circular, não precisavam de maiores exercícios. Mas como disse Cesar Milan em um de seus episódios do Encantador de Cachorros: grande ou pequena, se você ficasse em casa 24 horas por dia, 7 dias por semana, não ficaria louco, estressado e frustrado também? Lição aprendida, agora saímos diariamente para um passeio, sempre procurando rotas diferentes do dia anterior.
E nesta linha de pensamento que a gente aprendeu a ter um relacionamento melhor com os peludos daqui de casa, que agora estão mais carinhosos e relaxados do que nunca. E quanto mais leio sobre outros locais aprendendo sobre estas técnicas, fico feliz em saber que a humanidade ainda tem salvação, e que continuamos evoluindo, mesmo que a passos de tartaruga, em alguns casos. Mas todo este episódio me deixa confabulando sobre outro aspecto onde a mudança de “dono” pra “tutor” pode ter um impacto tão grande quanto.
Não é curioso o quanto nosso sistema judicial se parece com o tratamento arcaico e bárbaro que damos para os animais? Por que, pergunto, tratamos outros seres humanos da mesma maneira antiga que os bichos, se os consideramos ainda mais capazes de compreender o que queremos expressar? É justificável nossa conduta brutal por terem se portado como feras selvagens? Será que não estamos nós falhando em ver as condições que os levaram a cometer tais ações? Talvez não estamos indo fundo o suficiente, querendo analisar apenas um pequeno espaço de tempo, quando o problema pode ter começado a décadas atrás?
Certamente, no Brasil, ainda existe um longo percurso para chegarmos ao patamar da Holanda ou da Suécia para fecharmos presídios, mas temos esperança de chegar lá, pois temos exemplos de que é possível. E o problema, mais do que político, é cultural. Ainda estamos apontando o dedo para a crise econômica, sem perceber que ela é consequência política; e nos focamos no partidarismo, como se ele fosse a causa do transtorno governamental, mas esquecemos que tudo isso é apenas um reflexo de quem somos, como nos comportamos como nação.
Podemos, claramente, ficar apontando o dedo para a minoria que faz do resto do povo de gato e sapato, culpando-os pelas mazelas que sofremos. Mas que solução isto nos dá, se continuarmos votando nos mesmos salafrários, eleição após eleição? E para aqueles que dizem esta ser uma questão da pobreza, que troca seu voto por um prato de comida, de que resolve ficar humilhando, apontando o dedo e caçoando? Por acaso rebaixar alguém ensina alguma coisa para aquela pessoa, além de cultivar a raiva e a indignação contra si mesmo?
Se queremos um país melhor, é preciso fazer o contrário do que querem, no unindo e dialogando como os seres conscientes que achamos que somos. Devemos trocar a discussão pelo debate, e aprender que em qualquer troca de informações, teremos nosso conhecimento testado. Necessitamos nos desapegar da certeza, que é uma armadilha do cérebro, e estarmos abertos à novas informações que podem tornar nossas vidas melhores, assim como a de todos os outros na sequência.
:-)


http://www.brainyquote.com/quotes/quotes/m/mahatmagan150700.html
http://www.cachorrogato.com.br/cachorros/adestramento-inteligente/
http://institutoavantebrasil.com.br/suecia-e-holanda-fecham-prisoes-brasil-fecha-escolas-e-abre-presidios/
http://murphysknight.blogspot.com.br/2010/04/vicios-naturais.html

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Por que comandar?



De maneira inconsciente, andávamos por aí à esmo, como que procurando para ser manipulados. Nos agarrávamos na primeira ideologia que aparecia, por mais supérflua que fosse, apenas para irmos na onda. Como viciados, fomos nos entregando à futilidade e à ignorância de tal maneira que chegamos a aplaudí-las de pé, em teatro, concertos e cinema.
Ainda mantemos parte deste desejo, de voltar à dependência de tais drogas, onde nos tornamos capazes de confundir a felicidade com o anestesiamento. Sem saber como reagir às emoções, preferimos apagá-las de nossa memória, nos entorpecendo com insignificância. Mas agora estamos ficando sem saída, pois estamos descobrindo nosso valor.
Estamos encontrando forças para fazer o necessário, não apenas para irmos atrás de narcóticos sociais. Estamos descobrindo o real significado de nossas vidas, longe das mentiras que nos empurram para nos mantermos na mesma situação. Mas mais do que tudo isto, estamos enxergando através dos véus, talvez pela primeira vez, o Universo como ele realmente é, com todo seu mistério e magia.
:-)

Texto inspirado em:

G1 - http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/09/remedio-que-teve-aumento-de-5000-nos-eua-mantem-preco-no-brasil.html
Do Campo à Mesa - http://canaldocampoamesa.com.br/2015/09/24/sodio-na-agua-mineral/
Maryjuana - http://maryjuana.com.br/2015/09/22/mulher-constroi-duas-casas-de-canhamo-em-washington/
Awebic - http://awebic.com/cultura/tchau-jardim-ola-horta-comunitaria-veja-como-um-bairro-suico-esta-revolucionando-a-troca-de-comida/

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Quem controla?



Ao tomarmos conhecimento de que fomos manipulados, assumimos uma posição defensiva, normalmente de vítima. Não nos ocorre que, talvez, ao decidirmos abraçar a futilidade, esta seja uma das consequências dela. Tampouco passa por nossa cabeça que alguém seja capaz de querer tirar proveito de nós de uma forma institucionalizada. A prova disto são os ingredientes de produtos alimentícios e os termos de acordo da Internet, que raros tiram o tempo para ler.
Isto sem mencionar o projeto de governo de qualquer candidato em qualquer posição da estrutura democrática que tão orgulhosamente batemos no peito. Não lemos nem o santinho que é espalhado nas ruas, com poucas palavras, mas que chamam à ação, por mais estapafúrdia que seja.
Mas felizmente, a Revolução da Informação está acabando com isto. Em passos lentos, mas firmes e decididos, como os daqueles que sabem para onde estão indo.
:-)

Texto inspirado em:

Dinheiro Vivo - http://www.dinheirovivo.pt/mercados/interior.aspx?content_id=4786083&page=-1
Sou Resíduo Zero - http://souresiduozero.com.br/2015/09/com-materiais-retirados-do-lixo-artista-cria-casas-para-desabrigados-nos-eua/
G1 - http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/09/tres-internos-da-fundacao-casa-estao-na-final-da-olimpiada-de-matematica.html
Veja SP - http://vejasp.abril.com.br/materia/voluntarios-levam-caes-do-centro-de-zoonoses-para-passear-aos-domingos/

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Onde influenciar?



A cada dia que passa na Revolução da Informação, descobrimos o quanto fomos manipulados. Em alguns casos não percebemos tanto, pois tiramos proveito da mesma maneira, mas em outros nos sentimos mortalmente feridos. É uma montanha russa de emoções, onde ficamos divididos sobre o que fazer, e de quem correr atrás. Nos sentimos tão desorientados que esquecemos que estamos em um passeio, e que ele vai terminar em breve, se nos divertimos ou não.
Somos, também, capazes de manipular os próprios sentimentos, com uma simples mudança de percepção. É algo extremamente simples, e proporcionalmente difícil, pois requer uma concentração e imaginação fenomenal. Exemplos existem aos montes, em qualquer lugar onde uma pessoa estava em situação duvidosa e não se entregou ao desespero ou à tortura própria.
Quando nos encontramos em um cenário desfavorável, temos o instinto de pensar no que poderíamos ter feito para evitar estar naquela situação. Mas esquecemos que o tempo já passou, e que podemos apenas arregaçar as mangas para começar a sair dela. Ficar apenas sentado reclamando não auxilia a ninguém, muito menos a quem está no fundo do poço.
:-)

Texto inspirado em:

Canal do Campo à Mesa - http://canaldocampoamesa.com.br/2015/09/21/seu-filho-e-o-que-voce-come/
Canal do Campo à Mesa - http://canaldocampoamesa.com.br/2015/09/25/campanha-de-saude-vs-publicidade/
Zero Hora - http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/09/saiba-como-cada-deputado-votou-no-projeto-que-aumentou-o-icms-4854245.html
Smoke Buddies - http://smkbd.com/conheca-os-5-maiores-mitos-sobre-a-maconha-em-terras-holandesas/

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Como dominar?



Procuramos meios de dominar o Universo, esquecendo que existem outras realidades dentro de nós. Sem saber manipular a nós mesmos, não temos chances contra tal colosso. Descartando o treinamento da paciência e da concentração, provavelmente ainda estaríamos imaginando do que a Lua é feita.
Manipular nosso próprio estado mental é uma prática tão antiga quanto a meditação, onde procuramos os meios de encontrar a serenidade no meio do caos. Da mesma maneira, procuramos por estímulos externos quando nos referimos à felicidade, paz, harmonia ou até o próprio amor. Não é a toa que a moda vende tão bem, quando não sabemos nem o que é o amor próprio, e acreditamos em qualquer anúncio que tente definir um padrão para algo tão subjetivo quanto a beleza.
Somos facilmente manipulados pela propaganda por nos mantermos na ignorância. Compramos seus produtos, mas mesmo antes de tal ato, aceitamos seus conceitos deturpados, tão superfluos quanto necessário. Mas ao nos interessarmos por quem somos, descobrimos definições que desprezávamos por nem saber que existiam. Ou por ser de uma fonte que nos convenceram que era mentirosa, mas que é justamente o contrário.
:-)


Texto inspirado em:

BBC - http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_superpensoes_privilegios_nicholson_pai_rc.shtml
Estadão - http://brasil.estadao.com.br/blogs/direito-e-sociedade/a-maconha-e-a-autoridade-do-jaleco/
Anda - http://www.anda.jor.br/22/09/2015/elefantes-feridos-vao-ate-santuario-busca-ajuda-humana
CBN - http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/escola-da-vida/2015/09/17/NOVA-GERACAO-VOLTOU-A-LER-EM-LARGA-ESCALA.htm